quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Cambras menicipais e ditos cujos...



Isto não tem nada a ver com o facto de o Sporting ter perdido hoje com o Manchester, em casa. Tem mais a ver com as casas que passa a ser possível edificar nos terrenos do antigo Estádio de Alvalade. O executivo camarário decidiu hoje que os terrenos podem ser loteados. E então, acontece... (diria o Carlos Pinto Coelho) que o vereador independente eleito pelo BE, em quem eu até poderia ter votado se já estivesse a viver em Lisboa, vai de se abster. Antes, era Carmona presidente, e Sá Fernandes, o José, era contra. Votou contra. E fez muito bem. Digo eu. Passou a ser abstencionista, agora. Já não sei se fez tao bem. No entretanto, Carmonas, quejandos, correlativos e insuspeitos amigos vão fazendo cama de votação com o António. O Costa. O tal com quem o José se apressou a alinhar. Será que a malta que votou nele, os esquerdóides como eu, voltam a dar-lhe o voto? Interrogo-me. Eu tinha-lho dado. Se já morasse cá pelas capitais. Agora, que já cá moro, ou me dá uma penthouse com vista sobre o Tejo e todos os electrodomésticos, ou mando o BE dar uma volta. Quer dizer, inda sou capaz de votar no BE a nível nacional, desde que o Louçã seja oposição tesa e não se corra o risco de ele ter que viabilizar um governo. Quando ele quiser ser poder, agradeço, mas não... Pelo exemplo visto, eu voto na oposição enquanto a oposição for oposição. E como quero ser oposição sempre, voto sempre na oposição. Quando a oposição quiser ser poder, eu não estou lá. Quando não me deixarem votar, poupam-me trabalho. Hay gobierno. Soy contra! Dizia o velho anarquista espanhol ao chegar a um qualquer país da América do Sul em meados do século passado. Inté que é verde. Quer dizer, Alvalade. O antigo. E os terrenos. E os condomínios novos que hão-de vir por aí. Pois! No entretanto, velho Aníbal (o da Tasca, não o outro), a razão é do fundo do copo. Ou do cajeirão, como te atreves a chamar-lhe, em saudade. Como se o vidro pudesse ser barro. Barro e pó somos nós, mais velho. O vidro, esse, é transparente....

domingo, 9 de setembro de 2007

A Maddie continua desaparecida. E depois?


A Maddie desapareceu. Em Maio. No Algarve. Pode ter sido morta. Pelos pais ou por outros. De propósito ou sem querer. E os media (os bardamedia, como diz o Jacinto do talho quando vem depenicar o bagaço aqui à Tasca) vai de embandeirar em arco e de fazer do caso motivo de parangonas, de causa para guerrilhas entre polícias, entre Estados, entre pessoas. Santíssimo! Vejam-se bem ao espelho. Uma criança desapareceu, ou foi morta, ou seja lá o que for. É um drama, claro. Igual a tantos outros que se passam todos os dias por este mundo fora. Que isso justifique "guerras" luso-britânicas - em que os nossos irmãos de lá da Mancha se estão a portar muito pior em nome de nacionalismos pacóvios evocativos do pior do Império - é ridículo. Perguntem às crianças africanas e aos pais das crianças africanas raptadas todos os dias, para guerras ou para haréns árabes, como se sentem. E ponham em causa o esforço das polícias de lá para as recuperar. Será que isto alguma vez fez manchete em Londres ou Lisboa? Deixem-nos em paz. Desapareceu uma criança. Deixem a polícia procurá-la. Tranquilamente. O caso da Maddie é, tão só, um caso de polícia. O custo de vida, o desemprego, os despedimentos, a competência ou a incompetência do governo, isso sim, são problemas nacionais. A guerra do Iraque, o terrorismo, a globalização, a degradação do ambiente, isso sim, são problemas internacionais. Vamos, caros colegas dos jornais, das rádios e das televisões, às manchetes que importam para todos. A Maddie tem espaço para uma local de vez em quando, com direito a chamada de primeira página só quando do desaparecimento e quando o crime for desvendado. Mais que isso não é informação. É "novela da vida real", é Big Brother feito informação séria. É uma gaita, é o que é. Preocupa-me muito mais a criança da imagem lá em cima. A propósito, o moscatel de Setúbal está de estalo.

Nove meses depois, O REGRESSO


Quase nove meses depois da última, cá estou eu. Renascido, como mandam os cânones. No prazo. Os nove meses dão sempre jeito para amadurecer. Em tempos de quase vindimas e a antecipar-se-me o palato para a pinga nova, voltei. A tasca está no mesmo sítio. Venham novos fregueses. E esperem-lhe pela batida.